Projeto promove criticidade do olhar por meio da fotografia
- André Esteves
- 29 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Com o objetivo de fomentar a relação do jovem com o ambiente onde vive, um projeto de intervenção aplicado em uma entidade assistencial de Presidente Prudente utilizou a fotografia como ferramenta para ampliar os ecossistemas comunicativos no ambiente educacional. Em articulação da estudante de Jornalismo da Facopp (Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente), vinculada à Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Ana Caroline Nezi, seis crianças da Sociedade Civil Lar Santa Filomena puderam, a partir das noções básicas da linguagem fotográfica, desenvolver o olhar crítico sobre as formas que as cercam e, desta forma, abrir os olhos para a geometria existente no espaço.
Para tanto, a acadêmica se apropriou da teoria da Educomunicação, que propõe o diálogo entre duas áreas do conhecimento – a educação e a comunicação – a fim de melhorar o processo comunicacional dentro da entidade, que desenvolve um trabalho de complementação escolar a partir de experiências didático-pedagógicas, lúdicas, culturais e esportivas. Ana Caroline conta que a escolha do olhar geométrico como objeto de estudo e ensino partiu do interesse de estimular o público-alvo da oficina a olhar ao seu redor com uma visão diferenciada. Para isso, a jovem precisou voltar aos conteúdos aprendidos durante a faculdade de Jornalismo para rever conceitos básicos da fotografia e, assim, repassá-los para os atendidos.
Para a estudante, o resultado pode ser considerado bem-sucedido, uma vez que os alunos adquiriram conhecimento sobre luz, enquadramento e orientação, além de passarem a perceber linhas no espaço, de modo que calculavam o cenário que desejavam retratar na fotografia antes de registrá-lo nas câmeras de seus aparelhos celulares. Ao final da oficina, os alunos ficaram encarregados de suas próprias produções autorais, nas quais puderam capturar elementos do ambiente interno e externo da instituição, prestando sempre atenção na geometria dos objetos e cenas.
O principal desafio encontrado foi exatamente no olhar geométrico, que, segundo Ana Caroline, passa despercebido para muitas pessoas. “No caso das crianças, havia um empecilho a mais que era o fato de ainda estarem estudando as formas geométricas na escola. Muitas apresentavam dificuldades em reconhecê-las ou diferenciá-las e até mesmo separá-las entre as famílias espaciais e planas”, comenta.
O projeto desenvolvido por Ana Caroline transcorreu durante quatro encontros e foi apresentado durante o 1º Colóquio de Comunicação e Educação da Facopp, que reuniu outros trabalhos resultantes da disciplina de Comunicação e Educação, ministrada pela professora doutora Thaisa Sallum Bacco na universidade.
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