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Estudante de comunicação realiza projeto que ensina fotografia a deficientes visuais

  • Camilla Saldanha
  • 1 de dez. de 2017
  • 2 min de leitura

E quem disse que para fotografar é necessário enxergar apenas o que está no exterior? Foi com o intuito de responder a essa pergunta que, sim, é possível que deficientes visuais fotografem, que a estudante do 8º termo de jornalismo Anne Abe teve a ideia de realizar um projeto de educomunicação, prática que recebe esse nome justamente por unir os campos da educação com a comunicação, e dessa forma educar um público através de algum tipo de comunicação escolhido.

Considerados muitas vezes esquecidos pela sociedade e com falta de perspectivas para realizarem atividades como essa de fotografar, que a estudante teve a ideia de escolher inicialmente realizar o seu projeto com deficientes visuais por acreditar que o seu trabalho proporcionaria uma maior inclusão social para eles. "Achei que seria um desafio e queria um projeto que realmente fizesse a diferença tanto para mim quanto para eles".

Os resultados logo foram percebidos. A estudante conta que no final das contas, a deficiência visual foi o menor do problemas, mas que teve dificuldades por ter que lidar além da condição que eles já tinham, também com problemas motores e até mesmo mentais dos assistidos. Além disso, o grande número de participantes, que no começo eram 15, dificultava para que pudesse depositar a atenção necessária a todos. No decorrer dos encontros, o número acabou sendo reduzido depois para apenas seis assistidos, que eram aqueles que estavam interessados desde o começo.




Com apenas três encontros, Anne conta que se surpreendeu com o engajamento dos assistidos que participavam das oficinas. Inspirada no consagrado fotógrafo Evgen Bavcar, que perdeu a visão na adolescência, e que a partir disso começou a aprender a trabalhar com outros sentidos para realizar as suas fotos como: olfato, audição, e, principalmente, o tato, Anne pôde buscar novas formas de ensinar os deficientes visuais, em que o objetivo era que eles conseguissem entender que não precisavam apenas da visão para fotografar, mas que poderiam enxergar de outras formas. "Depois os dividi em duplas, de modo que um tirasse foto um do outro em algum lugar que eles se sentissem bem dentro da entidade e que representasse algo para eles".

O participante José Aparecido Tisue, 66 anos, foi um dos mais interessados e envolvidos durante todo o desenvolvimento da oficina. Ele já havia tido contato com a fotografia antes de perder completamente a visão em uma cirurgia. Assim, após esse fato, sentiu-se desmotivado a prosseguir com a prática. Ele relatou que por meio da oficina, pôde aprender novas técnicas, que o fizeram retomar o gosto antigo pela fotografia. No começo, acreditava ser impossível um deficiente visual fotografar, mas depois aplicou as técnicas ensinadas pela estudante em casa e ficou surpreendido ao notar que ainda era capaz de fotografar.


 
 
 

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