Estudante coordena projeto para ressignificação de corpos gordos através da fotografia
- Pedro Silva
- 25 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de nov. de 2020

Os tempos mudam, e com eles estereótipos e padrões vão sendo quebrados. Para auxiliar nesse processo, e trazer novos olhares sobre a moda para mulheres mid e plus-size por meio da fotografia, a aluna do oitavo termo de Jornalismo de 2020, Camila Araujo, aplicou o projeto “Curvelínea: O uso da fotografia como ferramenta educomunicativa para a ressignificação de corpos mid e plus-size na sociedade”, realizado com cinco jovens de Presidente Prudente.
A oficina consistia em encontros para o entendimento e enaltecimento dos corpos gordos, segundo as palavras da estudante. “De acordo com essas experiências, essas mulheres que participaram da oficina, as mulheres gordas não são representadas como normais na mídia”, comenta, “na grande maioria dos casos esses corpos são representados de forma ou cômica ou erotizada”.
Camila explica que a ideia para seu projeto surgiu a partir do último Colóquio de Comunicação e Educação, quando começou a pensar em caminhos para o uso da fotografia para a ressignificação dos modelos mid e plus-size. “Como a educação é uma área de militância, eu busquei exatamente por isso para realizar este trabalho”, pontua.
O projeto, apesar de presencial, foi orientado pelas normas de segurança, devido à pandemia do novo coronavírus que dominou o mundo em 2020. “No final dos encontros, tivemos uma sessão de fotos, então foi necessário que todas as participantes passassem um tempo em isolamento para pudéssemos realizar as fotos sem o uso da máscara de proteção”, explica.
EXECUÇÃO E DIFICULDADES
A estudante conta que todo o processo foi executada de maneira perfeita, desde o planejamento teórico até a produção de conteúdos para mídias sociais. “Todos os conteúdos que nós realizamos foram pensados para gerar engajamento para as redes sociais, e que alcançar o maior público possível”, contextualiza Camila.
“Eu acredito que a relevância deste projeto está no ponto que, se a moda está além do só se vestir, ela é algo ligado ao comportamento, a sociedade, é mais do que justo utilizar ela para mudar padrões, que limitam muitas mulheres, não só na questão estética, mas também na personalidade”, comenta a estudante, “então eu acho muito relevante que a fotografia, como algo imagético, mostre essas mulheres como elas realmente são”.
A pandemia foi o maior obstáculo enfrentado pela aplicadora, que explica a possibilidade de o projeto ter sido apresentado para mais mulheres, se não fosse obrigatório o distanciamento social e controle de aglomerações. “Apesar de tudo, o engajamento das participantes foi o que mais me ajudou a realizar essa oficina, sem elas, nada teria acontecido”, destaca Camila.
A estudante finaliza comentando que as três áreas utilizadas no trabalho, fotografia, moda e educomunicação, tem um imenso poder de transformação. “Quando o público entrar em contato com os resultados, eu espero que eles não interpretem como ‘olha lá mais uma menina gorda’, mas que ele veja como transformação na vida dessas mulheres, de como esse processo mudou o cotidiano delas, a forma de pensar e principalmente criou e estreitou laços”, pontua.
SAIBA MAIS
O resultado do Projeto Curvilíneas está disponível na rede social Instagram, e pode ser achado pelo nome @curvilineaoprojeto.



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